jinhaos 599 e o exercício do desapego

comprar da china é um exercício de paciência e de desapego. é barato, envio gratuito, uma tentação. você compra e abstrai. não, abstrai é pouco. tem que desapegar.a china é um olx continental: desapegar é só começar.

vamos a elas: jinhaos 599. imitação barata (será que isso é um pleonasmo?) da lamy. knock-off. li e assisti a algumas reviews sobre a cópia chinesa da famosa alemã. em especial a de matt armstrong, cujo canal acho muito bom, não sei se todos conhecem: the pen habit. aqui a review

resolvi aplicar mais uma vez o por que não?, e comprei uma vermelha. era março.passados alguns dias, xeretando aqui e ali, comprei um conjunto de 8 delas. achei que pudessem se tornar um bom presentinho para os não familiarizados com as delícias da escrita com caneta tinteiro.

elas são coloridas, divertidas por essa variedade de transparências e cores sólidas e servem à função primeira para a qual todas as canetas são criadas: escrever. pasmem, vêm com conversor, o que a original, bem mais cara, não vêm. a alemã só aceita conversor da própria marca, portanto você tem que pagar a caneta e comprar um conversor.

passou o tempo. não sei quantas casas saturno andou, que planetas cruzaram meu meio do céu ou meu ascendente. sei que apareceu hoje, quase no fim da tarde, um envelope já sem um pedaço, com a etiqueta toda borrada. riley e ralph (os dois catioros de casa que somados tem mais de 50kg) acharam o pacote antes de nós. não hesitaram em testar um pedaço do plástico bolha.

dentro, 8 dessas canetinhas cópia da lamy com todos os pedaços e sem mordida. ainda não deu tempo de colocar tinta em nenhuma delas. aguardem o teste de qualidade.

caneta amarela partiu

hoje uma caneta que não morou muito tempo comigo partiu. assim são as posses não guardadas a sete chaves, assim são as transitórias e baratas canetas chinesas. era uma jinhao 159 amarela. e ela tinha uma história. as canetas que passam por nossas mãos e nos permitem escrever no papel em cores maravilhosas têm uma história, nem que seja uma historinha. 

essa começa com uma compradora cheia de esperanças de importar coisinhas que não são vendidas aqui de um jeito menos caro. maior vergonha de um jornalista: ser mal informado. acreditei na amiga dos correios, que me disse que se alguém me enviasse uma caixa como presente, seria quase certamente isenta de impostos. acho que ela ficou com dó ao me ver desembolsando mais de R$ 200 para a receita federal por um pacote que não tinha nada assim excessivo. 

acreditei sem checar, vejam bem o que pode fazer a paixão ao nosso bom senso e o quão desarrazoados podemos ser quando não conseguimos obter o que desejamos. bom, pelo menos eu. tem gente que consegue. que sorte. ou beigice, depende do ponto de vista. enfim.  

comprei zilhares de coisas. blocos, cadernos, canetas, tintas, tintas, tintas, blocos, cadernos, canetas. e tintas. fui juntando na casa de um amigo que lá pelas tantas me questionou se eu pretendia copiar a bíblia. ele é estoico. escorpião ascendente capricórnio. apesar das caudalosas cartas que lhe mandava, ele não se convencia de que aquilo fosse senão mais uma de minhas idiossincrasias. 

entre as compras, ela, que hoje partiu. foi morar na casa de um cara que perdeu o pai. ele precisa mais da caneta amarela com sailor jentle nioi sumire do que eu. mandei do jeito que estava, perguntei se ele gostaria. junto no pacote seguiram uma diamine autumn oak, embora ele quisesse mesmo a noodler's apache sunset. mas a única que tinha foi vendida. daqui a pouco tenho outra. um bloco rhodia a4, premium, com papel marfim. capa no icônico laranja da rhodia. e uma surpresa que não posso revelar aqui porque vai que ele lê e a surpresa se desmancha. ele pediu uma cor que lhe trouxesse alegria. escolhi uma, conto depois qual. e seguiu o pacote com seu código de rastreamento. vai chegar rápido porque é no mesmo estado. tenho certeza de que um esboço de sorriso, no mínimo, vai rolar. 

o final da história da caneta é que meu pobre e atarefado amigo não a listou entre as compras que haviam chegado à casa dele. quando vi, já tinha dado por perdida e comprado outra. a segunda, chegada logo depois da que veio de surpresa, nunca quis. dei de presente pra uma amiga que também precisa de amarelo na vida dela. agora se foi aquela que nem contava que chegaria. ah, e a trouxa pagou muito mais do que ousa revelar na caixa que chegou do amigo estoico. 

pilot metropolitan chegando

um dos primeiros vídeos sobre canetas tinteiro que assisti me levou a procurar uma pilot metroplitan para comprar, de preferência aqui no brasil, para chegar mais rápido. comprei no mercado livre. chegou num estojo bonito

e fiquei entusiasmada. decidi comprar uma pena fina, o que na verdade não é comum para mim. fiquei deliciada com a maciez da escrita. quase mudei minha opinião sobre pontas finas. comprei uma cor mais sóbria, o que igualmente não é a minha cara. até hoje não me arrependi de nenhuma das decisões. nunca foi difícil começar a escrita. a caneta comporta-se como uma moça bem educada: não borra, não vaza, não seca. uso-a com regularidade, atualmente com diamine sargasso sea nela. o incrível sheen avermelhado da tinta se reflete mesmo com a escrita fina, o que parece incrível.

acabamos de importar algumas pilot metropolitan que não devem tardar a chegar. teremos em estoque a preta clássica, a vermelha (bem difícil de achar), prata, champagne, turquesa, púrpura. aguardem!

solstício de inverno

nesta última semana estive muito ocupada com procura de novos produtos, vendas on line, atendimento vip que tento dar a todos os clientes, idas ao correio, primeiras fotografias dos produtos que estamos comercializando. reencontrei, por conta desse impulso na energia e nos negócios, um amigo de infância muito querido que me chamava de rainha das canetas quando o brasil vivia o ai-5. estudávamos juntos no colégio santo alberto, na bela vista, em são paulo. ele foi o primeiro canhoto a quem realmente admirei e, por que não dizer?, invejei. sempre quis ter a mão esquerda dominante, cheguei até a ameaçar me jogar da bicicleta para minha mãe. pareceu-me uma ótima estratégia. se quebrasse o braço direito, teria que virar canhota. mas só me valeu um safanão e um tapa na cabeça pela imbecilidade da propositura. enfim, voltando ao solstício de inverno ocorrido nesta semana, dia mais longo do ano. agora estamos trabalhando em reestoque e website. teremos, portanto, grandes novidades na semana que se inicia. muitos pacotes chegando pelo correio, outros tantos indo, um primeiro vídeo (espero) editado e disponível em nosso canal do youtube que, por ideia do querido danilo, deve virar um vlog.

dias depois da postagem, ele, filho único. o vídeo. se ficou bom, o mérito é meu. se você achar ruim, tudo culpa do danilão, que captou as imagens E editou. 

dá uma passada no canal e assina. o danilão disse que haverá uma periodicidade no negócio de postar esses videozinho. vamos ver. 

blackstone colours of australia inks - 5 cores incríveis

acabamos de adquirir os inks blackstone, feitos na austrália. 

compromisso com a tradição das marcas consagradas e com as inovações trazidas pelas novas marcas. esse é um lema na papelaria da clau. 

vinha acompanhando algumas reviews dessa marca, vi algumas imagens e até mesmo vídeo no youtube. achei super interessante dos pontos de vista estético e ecológico. por que ecológico? porque a embalagem dessa tinta é feita de polipropileno, um dos plásticos mais resistentes que existem, tornando as garrafinhas quase indestrutíveis. além disso, o material é inteiramente reutilizável e reciclável, olha que demais!

que cheguem logo para podermos conhecer melhor essas cores incríveis.

abaixo da minha livre tradução, o texto original da empresa, em inglês, para quem quiser conferir, e algumas imagens que selecionamos para a apreciação de vocês. 

ah, mais uma curiosidade: todas as cores foram inspiradas nas belezas naturais australianas e têm nomes bastante originais.

blackstone uluru red  teve sua coloração inspirada na montanha-ilha uluru, dona de um pôr do sol magnificente de cores variáveis de acordo com as condições climáticas 

blackstone barrier reef blue remete a cor das águas em que estão os recifes de coral australianos, a maior barreira de corais do mundo, um lugar de grande biodiversidade e beleza

blackstone black stump black é um tom profundo e algo purpúreio inspirado numa expressão australiana 'beyond the black stump'. esse ponto, black stump, é um lugar imaginário além do qual o país era considerado remoto e não civilizado. os imigrantes usavam fogo para limpar a terra a fim de plantarem e criarem animais 

blackstone daintree green foi inspirado na floresta daintree, no nordeste da austrália, com 12 mil kilômetros quadrados e a maior área contígua de floresta tropical do país 

blackstone sydney harbour blue é um azul acinzentado inspirado no tom das águas do porto de sydney quando o céu está encoberto, num dia chuvoso

All five Blackstone Colours of Australia fountain pen inks in 30ml Polypropylene Bottles.

Blackstone Uluru Red fountain pen ink is a rich red ink inspired by the deep, rich, red colour of Uluru at sunset. Uluru is technically an inselberg (island mountain), 348m high and 9.4km in circumference, famous for appearing to be different colours ranging from tan to dark purple at different times of the day and year and depending on weather conditions.

Blackstone Barrier Reef Blue fountain pen ink is a lively, bright blue inspired by the beautiful, myriad blue colours of the waters of Australia's Great Barrier Reef, the world's largest coral reef system. A place of stunning beauty and rich biodiversity.

Blackstone Black Stump Black fountain pen ink is a dark, purple black ink inspired by the Australian expression 'Beyond the Black Stump'. The Black Stump is an imaginary point beyond which the country was considered remote or uncivilised and came about as a result of early settlers using fire to clear land for grazing and farming.

Blackstone Daintree Green fountain pen ink is a deep, rich green ink inspired by the deep, rich greens of the Daintree Rainforest in north east Australia. Covering 12,000 sq km, the Daintree Rainforest is the largest, contiguous area of tropical rainforest in Australia. 

Blackstone Sydney Harbour Blue fountain pen ink is a dark grayish blue ink inspired by the grey blue waters of Sydney Harbour when the sky is overcast on a rainy day down on the harbour. 

Blackstone fountain pen ink is a high quality, Australian made fountain pen ink formulated from water soluble dyes with no harmful additives and is pH neutral. Blackstone ink can also be used with a stylus or brushes and is ideal for writing, calligraphy, drawing, washes, painting, and airbrushing.

Blackstone fountain pen ink is packaged in reusable Polypropylene bottles. Polypropylene is one of the toughest plastics in existence and these bottles are practically indestructible. These bottle can be re-purposed as ink carry or storage bottles and Polypropylene is completely recyclable.

Ink Type: Washable
Feathering: None
Saturation: Medium
Shading: Minimal
Show Through: Medium
Bleed Through: None
Container: Reusable 30ml polypropylene Bottles.
Quantity: 30ml
Cost per ml: 0.239 ml
Suitable for all types of fountain pen, dip pens, brushes and stylus. Ideal for writing, calligraphy, drawing, washes, painting, and airbrushing. 
Made in Australia by Blackstone Ink.