domingo, 3 de dezembro de 2017

shading, sheen, shimmer

Sempre acompanho, por deleite e dever do ofício, postagens nos grupos de caneteiros, em especial daqueles no brasil, claro, terra mãe e pátria amada salve salve! esta manhã, um newbie lindo, como o são todos os newbies (Paulo Fontes) , olhinhos brilhantes e entusiasmo contagiante, perguntou sobre alguns dos problemas que papéis não apropriados podem causar à experiência mágica de escrever com pena. ele está construindo um léxico - nossa gramática de caneteiros unidos salve salve. achei uma graça. e resolvi explicar um pouco mais, construção coletiva com os colegas de hobby Caio Pezzo, sobre três das propriedades exclusivas das tintas - essa paixão minha tão paixão que tenho que me segurar pra não bebê-las. daí, construção coletiva de léxico e gramática. Paula Atreides, generosa sempre, disse que minha explicação pro xará mereceria um post próprio. e tô aqui para fazer a tal postagem sobre três dos deleites da vida rica vida de quem usa as penas em pleno século 21, essa gente que preza pela diminuição do ritmo da velocidade dos bits e que faz apologia aos átomos. não vou copiar de lá. vou fazer um percursozinho sobre #shading#sheen e #shimmer 😍😍😍
#shading é o tal sombreamento, a alternância entre o claro e o escuro da mesma cor, parece que a tinta fica fraquinha mas não é nada disso, ela sombreia, gente, sombreia. no azul royal temos num pedaço da letra o marinho, na sílaba seguinte um quase azul claro. é um efeito incrível, procurado e desejado
#sheen revela uma cor subjacente, não óbvia. e é de outra cor, diferente da original. é uma surpresa. às vezes demoramos um tempo até percebermos esse efeito. às vezes é epifânico. a gente olha o papel em que está escrevendo, bate um raio de luz e... tá lá o portal. delírio puro. há caneteiros que, depois que descobrem o #sheen, ficam viciados, não querem mais nenhuma outra tinta, exceto aquelas que o tem. Eduardo Duarte é um deles, né ariano? 
#shimmer são partículas sólidas em suspensão que, agitadas com gentileza pela mão que segura a caneta, ou o vidro enquanto a garrafa está em nossas mãos antes de abastecer o conversor, se mistura e amalgama com a tinta. daí nasce o brilho metálico - que até há pouco só havia em duas variações: prata e ouro. agora a de atramentis lançou também os acabamentos em cobre e bronze. só três marcas de tintas fabricam produtos com #shimmer: diamine, j. herbin (as duas mais antigas do mundo, fundadas respectivamente em 1864 e 1670) e a citada de atramentis. 
sem o papel apropriado, porém, nada disso acontece. tem que ser papel concebido para não absorver nossas tintas líquidas. se não, esforço e dinheiro são desperdiçados.
espero ter contribuído para a formulação da gramática e do léxico de nossos companheiros caneteiros









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